O sábio rabino Nilton Bonder nos lembra um importante momento da história do povo judeu.
Antigamente, para que alguém fosse considerado judeu, ele (a) deveria ter pai judeu. A tradição era patrilinear.
No período da invasão romada da Palestina, os romanos estupravam as mulheres judias. Um impasse se colocou ao povo judeu. Seu próprio futuro estava em risco. Qual solução adotar?
A matrilinearidade foi a solução adotada. Mudou-se uma lei milenar para garantir uma outra lei – a da sobrevivência enquanto povo.
Quantas vezes temos que mudar a lei para preservar uma outra, talvez mais importante? Quando devemos trair para manter a tradição? Quando manter a tradição é propor o seu próprio fim?
Esta história está nas páginas 88 e 89 do seguinte livro:
Bonder, Nilton. A alma imoral: traição e tradição através dos tempos. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.