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A falta da falta

04/07/16

A falta da falta: nome da onipotência. A falta começa quando o bebê tem q lidar com o excesso deixado pelo(a) cuidador(a). A falta concreta do abraço que dá contorno e trilhamento pra essas primeiras excitações pulsionais circularem de forma não disruptiva, não caótica… Holding que faz tópica, faz um lugar, um contorno pro corpo. A falta do holding constitutivo, na justa medida, vai dando a certeza que existimos sem o outro, que podemos estar sozinhos na presença de alguém. No entanto, a falta desmedida nos ensina de forma bastante vigorosa: os excessos internos, por serem alteritários, precisam do outro para algum apaziguamento. Os apaixonados entendem isso perfeitamente!! Não é apenas a ausência de seu objeto de amor que lhes atormenta! É a presença permanente das marcas desse objeto, dentro do sujeito, em todos os seus poros, que é doloroso ter que suportar. E que grande alívio sentimos quando somos correspondidos, quando, no abraço do objeto, preservada sua autonomia como outro sujeito, sabemos que não estamos sós.