http://www.palabravirtual.com/index.php?ir=ver_voz1.php&wid=223&p=Rosario%20Castellanos&t=Silencio%20cerca%20de%20una%20piedra%20antigua
O link acima traz a voz belíssima de Carmen Farías declamando o poema “Silencio cerca de una piedra antigua”.
O poema – que também se encontra na página citada – pode ser lido como uma reflexão entre a violência e o esquecimento.
Os versos “el caracol que no guardó del mar / ni el eco de la más pequeña ola” são impressionantes. Remete a uma inimaginável violência. O ruído das grandes conchas – que sempre me fascinaram quando criança – desaparece. É como se o próprio mar ao qual essas conchas são a referência desaparecesse.
Isso tem muito a ver com o que a psicanálise tem insistido: a palavra como único recurso contra o recalcamento. É preciso pensar nas “palabras / en el idioma o lápida / bajo el que sepultaron vivo a mi antepasado”. Essas palavras dos vivos mortos ou dos mortos vivos, mensagens enigmáticas que exercem sobre nós o mesmo estranho fascínio que a ausência-presença do mar dentro do som de uma concha.